quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Carta dirigida à Assembleia Municipal de Castanheira de Pera de 23/02/2011.

        
José Manuel David Tomaz Henriques
Castanheira de Pera

Exmª Senhora Presidente da Assembleia Municipal

Os meus melhores cumprimentos.

Agradeço que V.Exª mande proceder à leitura integral deste documento na próxima Assembleia Municipal de 23 de Fevereiro e que fique apenso à Acta.

Na Assembleia Municipal de 29 de Setembro de 2010 a Sra. Vice-Presidente da Câmara informou, a propósito de insinuações que “corriam” sobre hipotéticas facturas falsas da/ou/na contabilidade recente da Prazilândia, que ia ser feita uma Auditoria às contas da Empresa.

Aliás, foi mais longe, e, numa “duplicidade” pretensamente “nobre” primeiro e um “desempenho” premeditadamente jocoso, depois – eu estava lá – anunciou que essa Auditoria se estenderia a todas as contas da Prazilândia, desde a sua fundação.

Pretensamente “nobre”, porque necessita como de “pao-p’rá-boca” de defender e promover a sua “dama” nesta Administração, a pessoa que, segundo as suas próprias palavras na Reunião da Câmara de 31 de Março de 2010, transcritas na Acta nº 6/2010, é, e passo a citar (...) “alguém com grande conhecimento na área do turismo, com muitos contactos e “know-how”(…);

Pretensamente “nobre” porque, ao mesmo tempo, “pega” na sua própria passagem pela Presidência da Prazilândia para, “subrepticiamente”, destacar e enaltecer a certeza que deve ter do seu comportamento transparente, em “contra-ponto” com o seu desempenho “cinzento” e incorrecta compreensão do Objecto Social da Empresa e da sua Importância Estratégica para o Futuro de Castanheira;

Premeditadamente jocoso, porque procura esconder a Inércia e a Falta de “Rasgo” deste Executivo, para prosseguir “a Obra” que herdou do ex-Presidente Pedro Barjona, tentando culpá-lo de todas as “desgraças”, “torcendo”, quem sabe, com uma promessa de uma ida a Fátima, mas desta vez a pé, para que a dita Auditoria encontre algum pecadilho, mesmo que involuntário ou de sua indirecta responsabilidade, e, com isso, “pregar o primeiro prego” !...

Quando há cerca de 30 anos a Sra. Vice-Presidente fez pela 1ª vez a estrada Coimbra/Castanheira e se apresentou ao serviço como “A Psicóloga” e a um grupo restrito, simplesmente como, Ana Paula, todos nós já tínhamos descoberto e percorrido essa estrada vezes sem conta, num desafio constante de cá para lá e de lá para cá !...

Descobriu depois, naturalmente, outras estradas e caminhos, tal como todos nós, e toda a gente!

E manteve-se respeitável !

Eis porque na Primavera de 2004 – um ano e tal antes das Eleições Autárquicas de 2005 – perante “uma determinada decisão assumida” e a consequente necessidade de reconfigurar “o tabuleiro de jogo” do Partido Socialista, “alguém” achou que “essa coisa” que em Democracia se denomina como “reunião das condições prévias de elegibilidade para disputar eleições”, podia ser-lhe aplicada.

E, assim, com “o olhar - dos seus mentores - pousado” nas águas já represadas da albufeira das Rocas, entre umas “taças de Murganheira” e um aparente “pequeno passo” … , foi eleita !...

-“Muitos serão chamados, poucos serão escolhidos”- diz o Evangelho de Jesus Cristo.

E agora que já tinha sido eleita, viria algum dia, porventura, a ser “A Eleita” ?...

A complexidade do Mundo actual e “desta” Europa em que nos inserimos, antes mesmo da gravíssima crise financeira que agora se vive, transferia, já, para a esfera de responsabilidade do Poder Autárquico, problemas e desafios tão amplos como exigentes, impondo, por isso, Renovados e Abrangentes Conhecimentos, e uma Informação Actualizada em “tempo real”, para que, “A Decisão” , quando tomada, colha e obtenha “Destinatário” !

O Agente e Decisor Político de hoje, não pode ser, portanto, alguém que reage e responde ao Presente, com o “presente”;

O Agente e Decisor Político de hoje, tem de ser alguém que age, que responde ao Presente com o Futuro, antecipando-o !

Quando este Executivo tomou conta dos Destinos do Concelho – podem chorar “baba e ranho” porque sempre o disse e daqui não saio – a Castanheira era, numa comparação que, à primeira vista, pode parecer inoportuna e descontextualizada, uma Equipa de Formula 1 que tinha tudo para ter êxito e ser vitoriosa no sector do Turismo e do Lazer !

Tinha a Praia das Rocas, a Prazilândia, a Notabilidade, a Ribeira, a Serra, uma “malha urbana” renovada e ambiciosa e, ao que parece, um grande patrocínio – explique-se, devidamente, e de vez, o que se passou com a 2ª fase do Parque Eólico do Alto do Fontão – etc, etc, etc !

Para mais, vinha da “época transacta” com os louros e a frescura do sucesso retumbante, alcançado na “última corrida do ano” – o 1º Grande Prémio da Praia das Rocas – pelas mãos do então “Primeiro Piloto” – Pedro Barjona – que, entretanto, se afastara “das lides” !

É pois com esta dinâmica que o sucesso da Praia das Rocas se repete em 2006 e 2007 duma forma contagiante, conquistando a curiosidade de públicos diversos; mobilizando todo o comércio local e o empenho da generalidade dos Funcionários da Câmara; “massajando” o Ego do Ser Castanheirense e calando “Velhos do Restelo” e detractores encartados!

Mas foi mais longe e mostrou, também, algumas debilidades estruturais e de funcionamento, e confirmou e necessidade e a urgência de capitalizar o sucesso sazonal da Praia das Rocas num Projecto Transversalmente Estruturante capaz de captar riqueza e reconfigurar, económica e socialmente, o Presente, Assegurando o Futuro.

Exigiu, por isso, e pela primeira vez, do novo Executivo respostas rápidas e objectivas.

E o que é que fez, então, esta nova “equipa de pilotos”?...

Nada! Ou melhor, atrapalhou-se e atrapalhou o “pelotão”!...

Impreparados e sem ideias, o 1º mandato revela-se numa catadupa de asneiras, entre oportunidades perdidas e resoluções desastrosas!

A partir do seu gabinete, o Sr. Presidente emana do seu poder, quilos de grãos-de-areia de Indecisões que hão-de encravar todas as engrenagens, enquanto na Prazilândia, a Sra. Vice-Presidente, ao contrário, toma uma decisão – DEMITE-SE!

“Descobre” que há pouco para fazer e que “esse pouco”, não pode ser feito por culpa da “situação insustentável deixada pelo anterior Presidente Pedro Barjona”, tal como disse e defendeu, até ser, diplomaticamente “calada” – eu estava lá – num workshop realizado na Câmara há cerca de 3 anos e meio!

“Calou-se”, ali, é certo, mas em face da sua “dificuldade” em “dobrar-se” perante o ancestral reflexo das águas”, assume uma postura detractora e depreciativa para com “a herança” e desedificante para com o lugar que ocupa e a Terra que representa, e, faz questão de se encontrar num lugar público com o ex-Presidente Pedro Barjona para, talvez, quem sabe, “mostrar à malta” que teve a “coragem de lhe dizer tudo nos olhos”, e, a ele, talvez, quem sabe, que era uma “injustiçada”!...

Resolve, então, “mudar de ares”, sem contudo, prescindir “dos seus direitos”, presentes e futuros, perante “a herança”!...

Com o seu companheiro, com quem partilha a casa, o travesseiro e a vida, aceita e “abraça”, por extensão e “inerência”, o “lugar” de “Primeira-Dama” em Figueiró!

Aqui sim, aqui, talvez!...

Deixa a 15 kms – a eleita – e os problemas, depois de, por fim, “realizar”, penosamente, a intangibilidade de – “A Eleita” – do Evangelho de Jesus Cristo, mas, enfim, “sente-se” bem, “sente-se” – A eleita - e isso basta-lhe!...

Aqui, abre-se-lhe um “mundo novo”, de estradas e caminhos “paralelos”, onde as responsabilidades serão apenas protocolares. Os convívios serão prazenteiros e, invariavelmente, “regados” a “sumo-de-laranja” – reservas especiais, talvez, de pomares de Penela e Arega – e “deixa-se inebriar”!...

Estão “queimados” ¾ do mandato autárquico!

- AINDA NINGUÉM PERCEBEU ONDE ESTÁ “O SEGREDO DA COISA” –

A Castanheira “agoniza”!...

No exacto momento em que se esperava que os seus Agentes e Decisores Políticos agissem de acordo com as Exigências e os Desafios que se impunham, para Avançar, “estes” Agentes e Decisores Políticos não só não “agiram”, como nem, sequer, “reagiram”, e, isso, a História mostra-nos, avulsamente, que se paga, sempre, muito caro!

“NINGUÉM SABE” quanto e o que vale a Praia das Rocas; para que serve a Prazilândia; o que fazer com a Serra, com a Ribeira, com a Notabilidade; o Jardim está ao abandono, assim como as Piscinas, o S. João da Mata, a Cova das Malhadas, etc. etc; perderam-se os Rallys Centro de Portugal, Pinhais do Centro e Praia das Rocas – até há um ano atrás, dito pelos seus proprietários, o “record” de facturação do Restaurante “O Gil” e da Pastelaria Esplanada, foi no dia em que o Parque de Assistência do Rally Centro de Portugal (2004) se realizou entre a Ponte dos Esconhais e a Rotunda dos Moredos! –; perdeu-se o Grande Prémio de Atletismo, etc,etc,etc!...

Não conseguem fazer abrir, certificadamente, a Praia das Rocas às segundas-feiras nem acabar as casas de banho dos Veleiros, e, só este prejuízo ronda os 450.000 € (90.000 contos)!!!

Não há uma Estratégia nem qualquer Ideia de Futuro, nada !

Nada!!!

Em pouco mais de 3 anos desceu-se do Céu ao Inferno!!!

E as noites de Figueiró continuam descontraídas por entre brindes de sumo-de-laranja dos melhores pomares de Penela e, sobretudo, da Arega!

Num pulo estamos nas Eleições Autárquicas de 11 de Outubro de 2009.

O mandato é renovado “à pele”!

Os ambientes, dentro e fora da Câmara, estão de “cortar à faca”!

PULO SEGUINTE: dia 9 de Março de 2010 (5 meses após as Eleições…)
Recebo uma mensagem do Sr. Presidente da Câmara às 00h22m, em resposta a uma mensagem minha que lhe enviei imediatamente antes, em que diz que o Sr. José Ribeiro ainda não deu resposta definitiva sobre se aceitava ser Administrador Não Remunerado na Prazilândia, mas que estava convencido que sim.

PULO SEGUINTE: dia 10 de Março de 2010, reunião comigo e com o Sr. Presidente em sua casa, à noite.
“ÂNIMOS ALTERADOS”: O Sr. Presidente comunica-me que, ao contrário do que andámos a tratar desde sempre, a Administração da Prazilândia teria de ter 3 Administradores Remunerados e que o Presidente seria o Sr. José Ribeiro. Não aceitei e “exigi” explicações! O Sr. Presidente respondeu-me que a solução que eu defendia, era a melhor para a Castanheira e que ele tinha feito tudo para que assim fosse, mas, num tom “alterado” perguntou-me se eu não sabia o que eram negociações políticas?...

PERGUNTEI: A Castanheira deve alguma coisa a “alguém”?!...

PULO ANTERIOR: dia 16 de Março de 2008
O Sr. José Ribeiro chega ao Coentral 2 horas atrasado para assistir a um filme dos Neveiros, apesar de ter GPS!
Ninguém o conhecia e, ao que parece, “cheirava“ a sumo-de-laranja e viria por sugestão da Sra. Vice-Presidente!

Não Sra. Vice-Presidente, a História que se há-de fazer “deste tempo”, não se fará, apenas, pela mão do “establishment” e do subsídio coligido de papeis perdidos e afins!

Não!!!

Na varanda da sede do PSD de Figueiró dos Vinhos está afixado um toldo com a seguinte frase de John Newborn, a que acredito ser alheia,

“Há 3 tipos de pessoas,
As que fazem,
As que vêem fazer
E as que perguntam o que aconteceu”.

Em relação à Castanheira, pergunto-lhe Sra. Vice-Presidente,
JÁ OBTEVE RESPOSTA?...

23/02/2011