Exma. Sra. Presidente da Assembleia Municipal
Exmo. Sr. Presidente da Câmara
Exmos. Srs. Vereadores
Exmos. Srs. Deputados Municipais
Outra vez?!..., calarão fundo algumas vozes aqui presentes…
Sim, Sra. Presidente, outra vez!
Depois do espectáculo deplorável – não encontrei outro adjectivo mais suave para o descrever – que o Executivo aqui mostrou na última Assembleia Extraordinária, furtando-se a respostas cruciais, desconhecendo dossiers e matérias, remendando, vergonhosamente, argumentos já de si falaciosos e, até, contando “estórias da carochinha”, sim, Sra. Presidente, outra vez!...
Hoje e desta feita, por duas razões: uma, para em definitivo, “derramar águas” sobre esse pestilento enredo que foi a nomeação da Administração da Prazilândia; a outra, para Invocar aqui um dos pilares da Democracia – a Cidadania – trazendo a estas Assembleias e à Vida Pública Castanheirense, massa crítica, militância da Cidadania e o espírito Liberalista do Sinédrio de Fernandes Thomás, Ferreira Borges, Silva Carvalho e Viana Ferreira – “Observar os acontecimentos (…) tomando devagar o pulso às tendências e às aspirações do espírito público” -.
Depois do falecido ex- Presidente Graça Oliva ter apontado o Turismo como o novo caminho para Castanheira – e as palavras não são minhas – o anterior Presidente Pedro Barjona deixou em Castanheira uma Obra Estrutural e Física que só faltava “compreender” para, basicamente, implementar uma Estratégia que Afirmasse o Presente e Assegurasse o Futuro.
E o que é que se viu depois disso?!...
Um Executivo trapalhão, sem ideias e sem noção do lugar charneira para o qual foi eleito;
uma Terra sem rumo, empobrecida dia-a-dia pela debanda de emprego e investimento. E pior, muito pior, marcada por uma insensatez, muitas vezes maldosa, incapaz de Valorizar e Fixar os Castanheirenses intelectualmente capazes e disponíveis e preterindo, vergonhosamente, o Trabalho, o Esforço e o Profissionalismo de muitos Empresários Locais!!!
Não, para mim não!...
Em Psicologia, essa “coisa” com que nos deitamos e acordamos todos os dias – A Consciência – “é a (…) faculdade de apreciação, concedida a todo o ser humano, do bem e do mal (…) em todos os casos (…) fundamento da moral prática e o guia da vida quotidiana”, tratada em todas as Escolas Filosóficas, e, nas palavras dos Filósofos Espiritualistas, Platão e Aristóteles, “só ela é realidade (…) livre e responsável (…) cujo carácter essencial é o Bem”.
E agora pergunto:
-Os Senhores dormem?!...
Nada me move contra ninguém e sinto-me à vontade para dizer o que aqui venho dizer porque, desta ou de outra forma, já o expressei nas conversas que mantive nos últimos três anos com o Sr. Presidente da Câmara e também, de alguma maneira, com a Sra. Vice-Presidente, sobretudo numa reunião no seu gabinete e com a presença do Sr. Presidente.
É preciso falar claro, a Alma Castanheirense está ferida e deprimida e vive um dos momentos mais desacreditados da sua História recente.
Gente de Valor, “amarrada” pela prestação da casa e a educação dos filhos, sente-se marginalizada ou nas prateleiras poeirentas do esquecimento e, lentamente, esvaziada de auto-estima;
Investidores de cá e de fora, cansados de tantas indecisões, desistiram das suas ideias de investimento em Castanheira;
Depois…a chacota generalizada que ecoa, dentro e fora de portas, por causa dos imbróglios arranjados em todas as áreas, e até pela incapacidade de candidatar obras ao QREN;
E por último, e mais grave, a falta de conhecimentos e Incompetência Estratégica com que se está a conduzir o Concelho na área do Turismo.
Na acta nº 24/2009 da Reunião de Câmara de 30 de Dezembro, o Sr. Vereador Arnaldo Santos diz, com a concordância do Executivo, o seguinte, e passo a citar: “Ao nível da publicidade e promoção do Concelho (…) duvida que alguém pudesse ter feito melhor: foi distribuída uma quantidade significativa de folhetos informativos, vieram cá repórteres da televisão, por mais de uma vez, quer na Praia das Rocas, quer fora dela, enfim, houve uma promoção bastante generalizada do Concelho”.fim de citação.
Não!, se não fosse tão sério, isto seria hilariante!!!
A Castanheira não pode, sob pena de tudo se perder, continuar a “publicitar-se” ancorada no sucesso da Praia das Rocas e não ter, como não tem, uma Estratégia Objectiva e muito bem estruturada, primeiro, para a Época Balnear e que se Afirme depois, transversal e anualmente, como um Destino Provável e Apetecido!
É que, desta forma, quantos mais cá vierem agora, menos cá virão no Futuro!!!
Durante quatro anos não se fez nada e este ano não se vê nada, não se sabe nada, e isto, tem de ser Responsabilizado!!!
Uma Estratégia de Desenvolvimento Local, no nosso caso particular, com uma componente objectiva nas áreas do Turismo e Lazer, para ter sucesso, tem de ser capaz de “criar produtos” que:
Aproveitem as vantagens globais comparativas;
Afirmem os seus Valores Identitários e Diferenciadores de Cultura e Património;
Promovam hábitos e comportamentos que influenciem a Formação e a Personalidade dos seus habitantes;
Transformem os seus recursos e valores endógenos em melhor qualidade de vida e em vantagens competitivas da oferta, capazes de Captar Riqueza e Públicos Diferenciados.
- Vamos continuar a promover a venda de colchões e frigideiras, ao abrigo de interesses estranhos?!
E o que é que vamos fazer da Cova das Malhadas e da Casa do Guarda?;
das Piscinas do Valseá?;
da Fábrica da Várzea e do Museu da Indústria?;
do Santo António da Neve com o projecto de Eólicas para ali previsto depois de se ter perdido o do Alto do Fontão?;
do Jardim e da Obra da Fundação Bissaya Barreto?;
do São João da Mata?...
E como é que alertados inúmeras vezes para a necessidade de dar cumprimento ao acordo estabelecido entre o ex-Presidente Pedro Barjona e o Sr. Gonçalo Tovar Faro, deixaram vender a particulares a Chaminé da Fábrica dos Esconhais, peça da Arqueologia Industrial Castanheirense, que pela sua singularidade e conservação, deveria tornar-se numa referência do nosso Roteiro Histórico-Cultural?!...
É que não há Turismo sem Património, sem História, sem Paisagem!
Depois da Afirmação do Poder Autárquico, com o 25 de Abril, estamos, a prazo, confrontados com novas arquitecturas Administrativas exigidas pela União Europeia, onde importava chegar à “mesa das negociações”, individualmente e enquanto Concelho, com um Poder Afirmado, uma Estratégia Clara e Rácios Convincentes para não sermos “despromovidos”!
Repetindo um conceito “batido”, dir-se-ia:
“Pensar Globalmente e Agir Localmente”!
Tudo, afinal, o que este Executivo nunca fez em 5 anos!!
O maior Elogio de um Povo Adulto, Culto, Aberto, Fraterno, Liberal, Democrático, Actual, Universalista é, como os Castanheirenses já demonstraram, com a Maior Deferência com que se pode presentear a Quem Acolhe, Elegê-los para os Mais Altos Cargos do “seu” poder autárquico, e a Maior Decepção é, para além da Incompetência, perceber-se, com argumentos, que não souberam e não sabem Honrar tais Distinções!!!
E OS SENHORES NÃO SABEM!!!
OS SENHORES . . . NÃO SABEM ! ! !